sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Buraco negro adormecido revive

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Cerca de 90% dos buracos negros já descobertos estão “hibernando” e não emitem radiação, mas um deles decidiu “acordar”, e astrônomos puderam presenciar esse momento que tão raro. Após voltar à ativa, o buraco negro supermassivo devorou uma estrela próxima e, em seguida, emitiu raios-x incessantemente.

Já era sabido que um buraco negro adormecido é capaz de voltar à vida pela aproximação de uma estrela, mas esta foi a primeira vez que cientistas detectaram o retorno de um aparentemente inativo, e a descoberta foi devidamente registrada na revista Nature.

Agora, astrônomos da Universidade de Maryland e da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, são os primeiros da história a estudar os feixes de raio-x emitidos por um buraco negro supermassivo previamente inativo. Esse da descoberta foi chamado de Swift J1644+57 por conta dos altos níveis de radiação que estavam sendo emitidos após a “refeição”.

A descoberta também mostrou que a radiação emitida por buracos negros pode vir da parte de fora de seu disco de acreção (que é uma estrutura formada por materiais em movimento orbital ao redor de seu corpo central), não sendo algo que ocorre exclusivamente em seu interior, como pensava-se até então. A derrubada dessa crença foi possível graças ao uso de um método chamado Reverberação de Raios-X, que mapeou a estrutura do disco de acreção ao medir o atraso no tempo de chegada entre os feixes de raio-x refletidos.

A partir de agora, os cientistas esperam entender como os feixes de radiação podem ser estudados para fornecer mais informações sobre as propriedades dos buracos negros, e também esperam descobrir como eles - que são milhões de vezes maiores do que o Sol - crescem com o tempo.

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