São Paulo -- Astrônomos descobriram a origem dos estranhos raios X que
começaram a atingir a Terra em 28 de março: um buraco-negro devorando
uma estrela a 3,9 bilhões de anos-luz. Dois estudos diferentes,
publicados na revista Nature, mostram em detalhes o acidente cósmico que vem liberando jatos em direção ao nosso planeta.
Foram os dados do satélite Swift, da Nasa, que alertaram os astrônomos
sobre uma fonte comum de emissões vinda da constelação de
Draco. Batizada de Swift J1644+57, a fonte começou a ser investigada até
que se descobriu sua origem: um buraco negro dormente, numa galáxia
muito distante, estava despertando ao engolir uma estrela. A galáxia
está tão longe que levou 3,9 bilhões de anos para os raios chegarem à
Terra.
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Buracos no espaço
A maioria das galáxias, inclusive a nossa Via Láctea, possui um buraco
negro gigante em seu núcleo com milhões de vezes a massa de uma estrela
como o Sol. Estima-se que o buraco negro Swift J1644+57 tenha oito
milhões de vezes a massa do Sol. É o equivalente ao dobro da massa do
buraco negro da Via Láctea.
Conforme a estrela é sugada para o buraco, vai sendo destruída pelas
forças gravitacionais e seu gás começa a formar um disco. A parte
interna dessa espiral gira em direção ao buraco, criando um túnel pelo
qual algumas partículas podem ser ejetadas a velocidades que chegam a
até 90% da velocidade da luz. Um desses jatos aponta justamente para a
Terra. As emissões de rádio são criadas quando os jatos colidem com o
ambiente interestelar.
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